quarta-feira, fevereiro 28, 2007

Arquitectura tradicional: palheiros da aldeia das Cegonhas



Cegonhas, palheiro, 2006

Os palheiros normalmente localizam-se nas zonas limitrofes das aldeias, este exemplar é uma construção em xisto, com uma cobertura já em telha. Porém, ainda conserva o tradicional uso das lages de xisto por debaixo das telhas. Dizem os locais que em tempos estes telhados eram elaborados em colmo e giesta, só depois é que passaram a utilizar as lages de xisto e posteriormente a telha. No seu interior conservavam o feno e as alfaias agricolas. Ainda hoje, mesmo não tendo esta funcionalidade, mantêm esse aroma caracteristico do feno entranho. Era importante para estas aldeias e sobretudo para a memória colectiva de um território preservar estas arquitecturas vernáculas.

terça-feira, fevereiro 27, 2007

Arraial agricola


Espanha, fronteira de Segura, Arraial agricola.

Este arraial agricola encerra um conjunto de promenores que se destacam dos restantes, basta olharmos para os grandes arcos de granito das portadas do palheiro principal, para percebermos a importância deste espaço destinado ao armanezamento de fenos e/ou estábulo de vacas de trabalho. Em anexo, têm uma pequena casa de habitação e um cabanal baixo para os restantes animais (bestas, etc). Nas imediações localizam-se os tradicionais furdões para a prática da suinicultura. Pelo seu conjunto e pela sua localização (junto à estrada principal), merecia ser recuperado e valorizado.

domingo, fevereiro 25, 2007

Toponímia do outro lado da fronteira


Piedras Albas, Calle Portugalillo.

Arquitectura tradicional de Oledo


Casa tradicional da aldeia de Oledo



Na aldeia de Oledo prevalecem as casas de granito de dois pisos, com a cozinha no piso superior. Contudo, o presente exemplo com o piso superior construido em tabique também é usual. Dizem os locais que ficava mais em conta no preço dos materiais e exigia menos mão-de-obra, ou seja, era uma solução mais economica. No entanto, como estes tabiques eram, em geral, preenchidos com uma mistura de barro com palha de centeio, têm-se que equacionar outro factor, o isolamento térmico do lugar mais habitado da casa durante o rigoroso inverno beirão. Era aqui onde se passavam as frias noites ao lume e onde se situavam os exíguos quartos de dormir.

quarta-feira, fevereiro 14, 2007

As talhas da agua fresca


Rosmaninhal, interior de uma casa tradicional, móvel (banca), barril e talhas de barro onde se colocava a água para beber.

Tanto poderíamos dizer sobre estes tradicionais recipientes, cheios de água fresca, que povoavam as casas das aldeias. O lugar onde ficava situada a "talha da água" não variava muito, escolhia-se um lugar fesco, funcional, perto da porta de entrada da casa. O móvel onde esta encaixava também variava, nas casas mais antigas ainda se podem observar os antigos poiais de xisto onde se colocava a talha. A tapar a boca da talha estava um pequeno prato de barro, ao que se denomina de barranhão, sobre este repousava um copo igualmente de barro. A tapar o copo, colocava-se um pano de linho bordado que embelezava e o protegia dos inumeros insectos. Para além das talhas, havia outro universo de recipientes de barro que preenchiam outras funções, tais como: as bilhas, os potes, os barris, etc. Um dos factores que contribuiu para a inoperância desta prática, foi a canalização das casas. De repente ou paulatinamente, conforme os casos, todas as casas foram incorporando outros consumos (electricidade, botija de gaz e água canalizada). Isto fez com que se alterassem os interiores das casas, para integrar novos objectos que, por sua vez, foram destituindo outros. As sociabilidades também se modificaram, os quotidianos configuraram-se mediante estes novos consumos. O repetitivo trajecto de ida à fonte deixa-se de se fazer e a fonte vai ficando cada vez mais esquecida, assim como as sociabilidades que lhes estavam associadas. Veja-se a quantidade de topónimos ligados às fontes e à água, as tradicionais canções sobre as idas à fonte, os namoros que a pretexto da ida fonte se desenharam. Deste modo, a talha e a ida à fonte se conjugam, se imaginam e, sobretudo, se complementam. Haveria, contudo, ainda muito para dizer, desde as formas de beber água, de dar água a um desconhecido, a um familiar, de lavar o copo antes de o mergulhar dentro da talha, como se mergulha, etc. Também a lavagem das talhas à porta de casa, com palha, era uma prática que por si, gerava todo um discurso sobre este milenar saber-fazer. Em jeito de conclusão, veja-se como um objecto ou um conjunto de objectos, inoperantes dentro de uma casa nos pode ser útil para entender a própria casa e perceber as sociabilidades geradas no seu interior.

segunda-feira, fevereiro 12, 2007

Os muros: um patrimonio esquecido


Carriçal, muro de xisto, quartezito e quartzo leitoso.

sexta-feira, fevereiro 09, 2007

Arquitectura tradicional de Segura


Segura, casa de andar em granito

Nesta encantadora aldeia fronteiriça prevalecem um misto de casas ditas "baixas" e de andar. O granito é o material mais utilizado. Aparecem algumas casas similares à casa tipica do norte do concelho, ou seja, casas de andar, escuras, com as ombreiras das portas e das janelas caiadas de branco. Por dentro, as madeiras combinam com os barros e a palha para fazer os tabiques dos quartos.

quinta-feira, fevereiro 08, 2007

Vidas: os ultimos monges de Yuste



O Mosteiro de Yuste fica situado numa das encostas da Serra de Gredos (Espanha), na comarca de La Vera (Cacéres), proximo da aldeia de Cuacos. O actual edificio foi construido sob as ruinas do velho mosteiro que serviu de residência a Carlos V nos últimos dias da sua vida (1556-1558). Hoje, o mosteiro alberga apenas sete monges que, incansávelmente, aqui se entregam ao espirito que os uniu. Visitei este silêncioso lugar no ano passado (integrado numa actividade do gabinete de turismo da CMI), este ano tornei a repetir a visita, vale mesma a pena entrar neste maravilhoso lugar e assistir a um cântico em latim proferido pelos próprios monges.

sábado, fevereiro 03, 2007

A crise ou a falsa crise??



Raramente, neste espaço virtual fiz qualquer referência a questões que tendem a afastar os vários propositos que me fizeram criar este espaço. Mas esta noticia que recebi de um grande amigo, motivou-me a abrir aqui uma excessão à regra. Estou farto de ouvir falar de crise e mais crise e mais crise. O fosso, neste país, entre os mais ricos e os mais pobres está cada vez mais fundo, mais visivel, mais declarado, mais intenso, mais crú. Este post é para os profetas da tão mal afamada crise.

"Diz o governo que há demasiados funcionários públicos de carreira e que os seus salários contribuem para aumentar o défice.

Fica aqui um bom exemplo, de entre milhares, de "racionalização de recursos" e que nos deixa perceber a razão da primeira afirmação.

Será que os sindicatos já pensaram nisto ou andam preocupados com outras coisas?"

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA,

DO DESENVOLVIMENTO RURAL E DAS PESCAS

Gabinete do Ministro

Despacho n.o 24 054/2006

1—Nos termos e ao abrigo do disposto nos n.os 3 e 4 do artigo 2.o

do Decreto-Lei n.o 262/88, de 23 de Julho, nomeio o jornalista Mário

Luís da Silva Ribeiro Fernandes, assessor do meu Gabinete, para

prestar apoio na área da comunicação social e relações públicas.

2—Ao nomeado é atribuída a remuneração mensal ilíquida de

E 3450, acrescida do respectivo abono para despesas de representação

e do subsídio de refeição, bem como dos inerentes subsídios de férias

e de Natal, estabelecidos para o cargo de adjunto de gabinete.

3—Quando se deslocar em missão oficial no País ou no estrangeiro

o nomeado terá, ainda, direito aos abonos das correspondentes despesas

de transporte e de ajudas de custo no montante igual ao que

estiver em vigor para os servidores do Estado com a categoria correspondente

ao índice 710 da tabela salarial da função pública.

4—O presente despacho produz efeitos a partir do dia 1 de Novembro

de 2006, revogando o meu despacho n.o 9355/2005, de 12 de

Março, publicado no Diário da República, 2.a série, n.o 81, de 27 de

Abril de 2005.

2 de Novembro de 2006.—O Ministro da Agricultura, do Desenvolvimento

Rural e das Pescas, Jaime de Jesus Lopes Silva.